Cidade Das Luzes Que Cegam

Blog de Vitor Novais, poemas, meus desenhos, e muito papo-furado. Seja bem-vindo.

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Um cara tranqüilo, que ama olhar tudo o que se move e tudo o que pára de se mover, para andar novamente. Eu mesmo paro para olhar o movimento das nuvens, dos carros e das formigas. Tudo que se move é vida, e o que pára nem sempre está morto. Você entendeu o que quero dizer?

terça-feira, maio 29, 2007

Matéria publicada no Estadão hoje. Leia aqui.

Meninas e meninos, The Zimmers!



Hoje eu li uma matéria realmente empolgante, há muito eu não leio algo que me emocione tanto, melhor ainda quando eu assisti ao vídeo, rolaram as lágrimas. Nem tenho vergonha de dizer que realmente me emocionei com o feito Tim Samuels, autor de um documentário que tenta chamar a atenção para o drama de milhões de aposentados britânicos que vivem hoje solitários e abandonados, como cita a matéria da BBC Brasil.

O caso é que cada um de nós temos essa dívida com algum parente próximo, temos uma venda em nossos olhos e uns headphones fudido nos ouvidos e não estamos muito interessados em compartilhar um momento sequer com alguém que pode ser um velho amigo ou mesmo nossos avós. Eu em particular, não tenho mais avós, de nenhuma parte, mas gostaria sim de ter minha vózinha por aqui agora pra ver o clip dessa banda The Zimmers. Comprar o disco pra ela, e dizer pra que a vida é Rock, a Vida é Foda, mas a Vida é Boa pra caralho e queria dançar com ela, mesmo. Tudo que precisamos as vezes é dar uma volta no quarteirão de mãos dadas com nossos queridos e viver em harmonia e dar atenção. Estou escrevendo isso pra mim, mesmo. Eu preciso disso... reconheço que preciso tirar a venda e os headphones...

Agora, leia e se emocione... Não ligue pro cunho comercial que isso pode vir a ter, mas lembre-se que nos divertimos comprando discos, pagando entradas de cinema e baladas e The Zimmers, pode ser uma grande chance de você reconhecer seus queridos velhinhos novos.

Segue link acima para matéria e na integra com o vídeo abaixo.


quinta-feira, maio 24, 2007

A Fuka in the Life

Eu tinha um fusca, era branco e tinha umas rodas bacanas. Tinha um toca fita que quebrou e depois coloquei um Cd e o som ficou melhor ainda e eu ouvia música o tempo todo naquele fuka. Lembro-me de uma vez que coloquei Nina Simone pra rolar no meio de uma tempestade na avenida Aricanduva, (você já viu aquele lugar num dia de tempestade? Parace uma cidade que vai desaparecer do mapa em poucos minutos) então eu estava lá ouvindo Here Comes the Sun, na voz de Nina, esperando que o sol aparecesse, mas ele não viria, afinal era noite, mas a música me ajudava a seguir em frente e tentar ignorar tanta água e tantos carros boiando como barcos.

Acontece que a bateria acabou arriando lá na frente e tive que esperar por socorro embaixo de um viaduto já no Tatuapé. Aquela noite foi uma bad trip, e só não foi pior por que conheci um pessoal que morava nos casebres lá embaixo. Então fiz amizade com dois meninos, um deles tinha meu nome o outro o nome de meu irmão (Vitor e Bruno, achei uma brincadeira legal do universo), eles me ofereceram sopa, acabei tomando sopa com a molecada e rindo muito das merdas que a gente falava depois de quase 2 horas na garoa esperando o socorro chegar e era quase 23h. Mas, vendi o fusquinha no meio do ano passado, e a única coisa de que me arrependo é de nunca ter trepado no banco de trás dele e de nunca ter tido grana pra decorar ele assim por dentro:



Se você tem um fuka, não desista dele antes de realizar essa grande faceta. Encha ele de latinhas (cheias, claro e não precisa ser exatamente essa cerveja ai, rs) e convoque um comboio rumo a um lugar bem longe da avenida Aricanduva!

sexta-feira, maio 18, 2007

Não Voe Essa Noite

Olha, eu quase me perdi hoje.
Nem faço idéia
De como a gente pode se encontrar
Numa esquina qualquer
De qualquer lugar

Olha, perceba minha loucura.
Eu realmente havia te avisado
Que pássaro já nasce alado
E que pode quando quer voar...

Eu não ouço mais minha voz
O que aconteceu com a sua?
Onde estão as suas mãos?
De certo no bolso
Amassando aquele papel de bala que te dei
Na semana passada, na fila pro ingresso
Pro jogo da decisão

Hei, pare de se mirar no vazio.
Antes era tanto barulho
E agora esse frio
Andei te procurando onde não me encontro mais
E agora o que nos resta
É terminar tudo isso em paz.

Havia um porque naquela hora
Somente você esteve fora
E agora?
Como voltar?
Eu sem tudo que vivi como antes.
Apenas instantes
Serena como na primeira hora
Suave queda de uma rosa
Que se mistura aos lugares
Ao se despetalar

Dedico esse poema a um pássaro lindo, que conheci tão breve quanto a coragem para pousar quando se sabe voar.

Para Marisa.