Cidade Das Luzes Que Cegam

Blog de Vitor Novais, poemas, meus desenhos, e muito papo-furado. Seja bem-vindo.

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Um cara tranqüilo, que ama olhar tudo o que se move e tudo o que pára de se mover, para andar novamente. Eu mesmo paro para olhar o movimento das nuvens, dos carros e das formigas. Tudo que se move é vida, e o que pára nem sempre está morto. Você entendeu o que quero dizer?

quinta-feira, novembro 30, 2006

O Armário na Frente da Porta


É difício começar, babe
Nunca sabemos o quanto queremos
E nem o tamanho do espaço nesse lugar escuro
Eu nunca sei
Parecia que era tão complicado ter o que eu queria
Que desisti antes mesmo de evocar
As palavras que enfeitiçam até as pedras
Silêncio... e aquela música em minha cabeça

Nem o whisky nos fez flutuar
Em direção ao que o pensamento dava seta
Então, me vi na encruzilhada da dificuldade
Eu queria te conhecer, você sabe...
Queria como aquela grande pedra submersa conhece as águas
Ou mesmo como aquela pequena pedra de gelo,
Que se derreteu com o calor do whisky

Você viu aquilo?
Ela não resistiu e se tornou parte dele
E ele assim, enfraqueceu
Seria essa a sua razão?
O seu medo?
O que seria então?

Você tinha Sóis Negros pendurados em cada orelha
E me disse que eles eram frágeis
Eu não duvidei
Você me contou algo sobre eles não durarem muito
E parece ser tempo, de nada durar muito

Mesmo assim sempre é perfeito
Eu volto melhor do que fui
E espero pela próxima vez...

segunda-feira, novembro 27, 2006

George Ao Meu Lado



Sabe como estou me sentindo?
Como se estive dentro daquele carro possante
Aquele que a gente precisa pra correr pra bem longe
Feito pra fujir...

Eu subi alto, querida
Muito por você
Agora não consigo ver o chão

Coloquei "All Things Must Pass" pra tocar
Estou correndo nesse carro
Com o vento e a chuva chutando a minha cara
George me diz pra eu ficar esperto
Pra eu tomar cuidado com a escuridão
Ele sabe, eu ainda não
Tome cuidado com a tristeza, George me diz
Eu olho pro toca discos toda vez que ele repete essa frase

Todas as coisas passam... passam pelo caminho

Passaremos assim, como os pássaros acima das construções,
Dos escombros e das ondas
Pessoas com olhares curiosos - Onde está a sua outra parte?
Elas não parecem saber que todas as coisas passam
Díficil é acreditar que é assim

Porque você mentiu pra mim?

Esse carro, não parece que vai muito longe...
Eu queria correr mais, ir ao México
My sweet lord, mmmm my lord
I really wanna see you
I really wanna be with you - George canta ao meu lado

Como eu queria ter conhecido você de verdade
Como eu queria ter acordado antes do tempo
Antes do despertador, antes do sol, antes de você
Eu não estava mentindo
Eu estava sem roupas na chuva da madrugada
No frio, a espera do seu calor
Eu não vejo mais o chão

Por que houve tanta mentira, querida?
Existe um lugar perfeito e bonito pra viver depois de tantos crimes?
Alguém está fugindo com o disco no último volume...
wah-wah!!!!
wah-wah!!!!
wah-wah!!!! - grita George e sua guitarra, nada gentil dessa vez.

As cornetas anunciam os anjos
Eles pousam no capoo rindo de minha cara
Cantam que eu não encherguei porque estava de óculos escuros
E que eu deveria ouvir o George
Ele tinha muito a dizer

Garota cheia de truques, você
E eu nem estava jogando
Isn't it a pity?
Não é de dar dó? - concordo com o George
Ele tem razão

Não é de dar dó?
Não é de dar vergonha?
Como ferimos o coração um do outro
O quanto causamos dor um ao outro
A maneira que cuidamos do amor
Alguém se esqueceu de ser melhor
E agora você vem com essa de se mudar para o paraíso?!

Não é de dar vergonha?

George acende um cigarro,
Dá um trago, olha pra mim e diz:
- Acelera, porra!

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Inspirado em All Things Must Pass,
um clássico de George Harrison nos anos 70.
Dedico esse poema a todos os amores perdidos no tempo...
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quinta-feira, novembro 23, 2006

Há Vida numa Quinta-feira

Mudar de calçada é bom
Andar olhando pro lado pode ser bom
Se você cair, levante
Ninguém vai achar graça disso a vida toda

Esquecer é bom
Tirar um LP da estante, ligar o velho toca discos
E ouvir Cazuza como antes
É bom

Bom mesmo, se por acaso, um bom amigo
não aparecer pelo caminho,
é tomar uma bem gelada sozinho
em compahia de si mesmo, contente por estar ali
Se sentir ali, mesmo rodeado de estranhos
Tão feridos quanto você

Terminar essa fase,
E retornar ao começo
E se lembrar como sempre foi,
É bom

Mas o bom mesmo, é voltar pra casa
Sentar aqui e antes de dormir os pensamentos
Relembrar o dia com felicidade
E acordar amanhã um pouco tarde

Parece que de algo me esqueci...
Apredendo a lembrar somente de mim, estou assim há alguns dias,
Percebendo o que é bom agora sei pelo menos isso:
Bom mesmo, é derreter a manteiga no pão...

quinta-feira, novembro 16, 2006

Eu Nunca Sei o que Dizer...


Eu desejaria não querer mudar o vento
não ter sentimentos
Ser como um corre-mão

Passar pelas ruas sem lembrar de você
Esquecendo-se de mim, que também estava lá
Mas, não me vejo
Nunca me vi em outro lugar

Não é errado ter isso que você tem
É que o espelho nunca mostra a verdade
Maquiagem ajuda acreditar
É hora de reaprender a olhar

É difícil encarar a manhã
E dizer algo sobre o amor
É à tarde que a ilusão descança seus olhos cegos
Onde é que você está?

Onde você foi parar?
Não há mais nada em seu lugar
Como se joga fora toda àgua do mar?

terça-feira, novembro 14, 2006

Após um turbilão...

Uma sede de sair do lugar que eu fiquei parado por mais de hora
Acabei escrevendo esses versos, que saíram naturalmente depois do choque
da falta de vida, de ação e morte do pensamento.

Valéria, minha querida, eu iria só dizer um "oi" no seu scrap, mas, não sei como acabei
com essas linhas para dizer algo para mim mesmo.

Alívio Depois da Queda

Estou sem sono....
preciso ir dormir...
preciso na verdade acordar, já acordei.
Meu mundo ta do avesso, quase me esqueço,
que preciso de mim.
Eu sou o que somente eu conheço, e sinto que,
já desapareço dentro de um ser ruim.
Canto o canto da cigarra, que exploda a casca,
que eu preciso voar.

Acho que a vida é assim mesmo, a gente é que não se conforma...

desabafo...